O Hip Hop e as Diásporas Africanas na Modernidade

Trazer a cultura da periferia urbana para o centro de debates de uma universidade pública é, sem dúvida, um desafio de grande proporção. Os rappers da grande cidade de São Paulo vieram a ocupar por alguns dias o espaço da USP, em razão de um Congresso Internacional sobre Culturas Jovens, nascido do contato de pesquisadoras da Faculdade de Educação com escolas das áreas periféricas da maior metrópole da América Latina.
Essa é a intenção do presente livro, organizado por Monica Guimarães Teixeira do Amaral e Lourdes Carril. Se for lido com atenção, um oceano submerso virá à tona abruptamente, assomando com a força das contradições chegando mais próximas de nossos olhos. O que antes parecia ser episódico no palco das ruas, agora tem um nome, uma batida forte, impossível de não se ouvir, e de nãoreconhecer os novos personagens do asfalto: o hip hop, o rap e os rappers!
O canto ritmado, as invenções musicais e suas danças não têm o gosto adocicado de mensagens de paz e amor – mais se assemelham a gritos de guerra de quem já perdeu a paciência de ser o lado de fora da grande sociedade. Nesse sentido, a intenção do Congresso e do livro ora apresentado não é a de despertar a curiosidade pelo que poderíamos considerar “exótico”, pois fazemos parte do universo que os rappers denunciam!! As escolas da periferia, nesse sentido, tem sido locais informais dessa autentica produção cultural que permaneceu, todavia, ignorada pelo currículo oficial e até mesmo, pelos professores. Tais composições singulares também têm sido estranhas à indústria cultural e às grandes gravadoras, como se não existissem ou tivessem pouca valia no cenário musical.

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